05/09/2018
Se você é profissional de segurança do trabalho, pode ter certeza que a resposta a essa pergunta é um “trunfo”.
Com ela, você será capaz de conseguir mais investimentos em prevenção junto a sua gerência e os resultados em segurança do trabalho serão mais evidentes.
Isso porque você estará falando na língua mais compreendida entre os gestores: redução de custos.
Portanto, se você quer ter mais poder de persuasão junto ao seu chefe, acompanhe este artigo até o final. Nele, vou mostrar-lhe:
No final, apresentaremos uma tabela de custos que o permitirá calcular os custos de acidentes de trabalho em sua empresa.
Se você se interessa por esses assuntos, fica comigo até o final deste artigo.
De antemão, é preciso esclarecer que o custo de acidente de trabalho é o prejuízo financeiro que a empresa tem decorrente de um acidente de trabalho.
Todo e qualquer acidente, independente de sua gravidade, gera prejuízos para empresa. Nos próximos tópicos vou mostrar-lhe quais são esses prejuízos.
Se você é profissional de segurança do trabalho, o levantamento de custos de acidentes de trabalho é fundamental para você se tornar um profissional destacado. Ele o permitirá:
Acidentes de trabalho geram custos (prejuízos financeiros) para o empregado, para a empresa e para a sociedade.
Neste artigo, vamos conversar sobre os custos para a empresa, mas não vamos levar em consideração os custos para a sociedade. Em outra oportunidade conversamos sobre isso.
Para começar, vamos fazer um estudo de caso:
Imagine que, durante a operação de uma ponte rolante, um cabo se rompa e a carga de 3 toneladas despenque sobre um conjunto de equipamentos. Estilhaços são projetados e um deles atinge a cabeça do operador, causando sangramento e levando o mesmo ao desmaio.
A equipe de socorristas presta os primeiros socorros à vítima, que é encaminhada ao hospital mais próximo pela ambulância da empresa.
O grave acidente causa grande comoção nos funcionários que, preocupados, buscam incessantemente informações sobre o companheiro acidentado.
Uma equipe multidisciplinar, composta por Técnicos e um Engenheiro de Segurança do Trabalho, funcionários do setor, gerentes, coordenadores e cipeiros é acionada para analisar as causas do acidente.
Devido à investigação e à manutenção, a ponte rolante ficou interditada por 2 dias, o funcionário permaneceu afastado por 30 dias e perdeu a visão de um dos olhos.
Analisando este estudo de caso, quais os custos de acidentes podemos levantar?
Vamos tentar fazer uma abordagem cronológica desde o sinistro.
Como pode ser visto, um acidente de trabalho gera vários custos e prejuízos para empresa.
Para evitar essa situação, a melhor prática é trabalhar com foco na prevenção, de forma a reconhecer todos os fatores de riscos e controlá-los, impedindo que acidentes se concretizem.
Após investigação do acidente por uma equipe multidisciplinar, foram verificadas algumas não conformidades que resultaram no acidente. Foram elas:
Segundo os itens 12.111 e 12.112 a empresa deve ter a manutenção preventiva de seus equipamentos, planejadas e registradas em livros próprios como pode ser visto abaixo.
12.111 As máquinas e equipamentos devem ser submetidos à manutenção preventiva e corretiva, na forma e periodicidade determinada pelo fabricante, conforme as normas técnicas oficiais nacionais vigentes e, na falta destas, as normas técnicas internacionais.
12.111.1 As manutenções preventivas com potencial de causar acidentes do trabalho devem ser objeto de planejamento e gerenciamento efetuado por profissional legalmente habilitado.
12.112 As manutenções preventivas e corretivas devem ser registradas em livro próprio, ficha ou sistema informatizado, com os seguintes dados: a) cronograma de manutenção; b) intervenções realizadas; c) data da realização de cada intervenção; 16 d) serviço realizado; e) peças reparadas ou substituídas; f) condições de segurança do equipamento; g) indicação conclusiva quanto às condições de segurança da máquina; e h) nome do responsável pela execução das intervenções.
Segundo o item 12.131 da NR 12, “Ao início de cada turno de trabalho ou após nova preparação da máquina ou equipamento, o operador deve efetuar inspeção rotineira das condições de operacionalidade e segurança e, se constatadas anormalidades que afetem a segurança, as atividades devem ser interrompidas, com a comunicação ao superior hierárquico.”
O operador afirmou não conhecer essa obrigatoriedade e a empresa não apresentou procedimentos, ordens de serviço ou instrução de trabalho que orientassem-no da necessidade da inspeção rotineira.
O fato descumpre, também a determinação do item 11.1.3.1 da NR 11 (TRANSPORTE, MOVIMENTAÇÃO, ARMAZENAGEM E MANUSEIO DE MATERIAIS), que afirma:
11.1.3.1 Especial atenção será dada aos cabos de aço, cordas, correntes, roldanas e ganchos que deverão ser inspecionados, permanentemente, substituindo-se as suas partes defeituosas.
Segundo os itens 12.93 e 12.93.1 deve-se priorizar a existência de áreas exclusivasdevidamente delimitadas e sinalizadas para a circulação de cargas suspensas.
12.93. Durante o transporte de materiais suspensos devem ser adotadas medidas de segurança visando a garantir que não haja pessoas sob a carga.
12.93.1 As medidas de segurança previstas no item 12.93 devem priorizar a existência de áreas exclusivas para a circulação de cargas suspensas devidamente delimitadas e sinalizadas.
E você…consegue enxergar outras oportunidades de melhorias que poderiam evitar este acidente? Deixe sua ideia nos comentários deste artigo.
Diante do exposto é possível concluir que simples mecanismos de gestão poderiam evitar o acidente.
Com um treinamento adequado aos operadores, inspeção rotineira dos equipamentos e plano de manutenção preventiva, a empresa poderia ter identificado anomalias na operação da ponte rolante e reparado com antecedência. Além disso, a delimitação de área exclusiva para operação de cargas suspensas poderia evitar que equipamentos fossem danificados e estilhaços atingissem o operador.
Deixamos a reflexão:
O que custa mais caro? Executar o plano de manutenção e treinar os funcionários a executarem inspeção rotineira? Ou pagar por todos os custos acidentários acima expostos?
Uma gestão focada na prevenção economiza dinheiro e aumenta a produtividade!!
A NBR 14280, “Cadastro de acidentes de trabalho – Procedimento e classificação”, apresenta um modelo de tabela para cálculo dos custos de acidentes.
Tomando como base as informações presentes nesta norma, nós replicamos a tabela e uma planilha que pode ser acessada clicando neste link. (Clique Aqui). A planilha servirá de guia para calcular os custos de acidentes de trabalho em sua empresa.
Acesse a planilha e comece a utilizar no seu trabalho. Com ela, você terá fortes argumentos para reivindicar orçamento para ações preventivas de segurança do trabalho.
Matéria coletada no site http://ambientesst.com.br/